16/04/2011

-INCONSTANTEMENTE CONSTANTE- As maçãs da praia temporal *

Óleo: 'Praia das Maçãs' (Mário)
           
O tempo está descontrolado. O trânsito está a chover.
Eu não sei se ouço uma pintura ou se desenho uma música.
As montanhas, atarefadas, mudam constantemente de roupa, e nem se apercebem que as pessoas não são tão rápidas...
O gato da erva maior, está a tentar comprar tudo o que é letalmente puro, para se poder glorificar sozinho e em paz.
Sinto-me inconstantemente constante.
Preparo-me para sair de mim e sentir o que mais ninguém ouviu.
8 é preto!
As três bonecas, cor de rosa, estão encaixotadas em nuvens que sabem a amargura. Uma delas está voltada: sou eu!
O 5 é vermelho e o 1 sabe a paz: é branco!
Já ouço as verdes maçãs que me deram. Estão a correr com as flores brancamente campestres do prédio do vizinho. Acho que sabiam bem mas não eram para mim...
Cheira-me a lua. O violeta sabe-me a despeito.
Com estas árduas pedras a pisarem-me os pés e acompanhada pela solidão, parece até que o sol começou a transpirar de frio!
Fecho os olhos e vejo a Paz: Tu! Abro-os, e vejo o inferno: tudo!
Acabo os preparativos para a nossa viagem: bronzeador para o caminho e chocolate para oferecer ao sol.
Agora vou tirar a roupa, para depois me poder deliciar contigo, nua no paraíso dos desafortunados, consoante a praia invisível, do mar que Tu crias-te para mim.
Praia, onde relógios e estradas andam em sincronia com carros e cães.
Depois, só eu para te amarrar ao vento e beijar-te os pés, até chegar aos joelhos das árvores e deitá-las ao chão.
Estas areias entram-me pela cabeça abaixo e saem-te pelas narinas purificadas pelo meu sangue selvagem, pois não sou mais humana...
Agora sou igual a Ti!
*imagem da web



*Escrita de Associação Livre


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07/04/2011

Caminho de frio

...
Todos os dias percorro um caminho de neve...
Como se fosse uma praia de areia branca, corro!
O som das minhas botas a prensar o gelo, é idêntico ao dos pés a calcar a areia molhada...
E eu corro mais ainda!
...
Em cada pássaro, uma gaivota.
Em cada carro, um navio.
Em cada pessoa, um marinheiro.
...a cada passada, naufrago!

Leão Leal
O branco da neve fere-me os olhos, como o sol quando fustiga o mar.
Preferia o calor do sol a lamber-me as costas mas, neste caminho que percorro todos os dias, tenho o frio a trincar-me os ossos, e a depressão a roer-me a alma. Corro..
Corro para calar a dor.
Corro muito...e ganho, sempre! :)
...